"Não fui preso e não pratiquei qualquer ato de obstrução de justiça”, afirma ex-assessor jurídico exonerado da prefeitura de Faxinal do Soturno

Foto: Polícia Civil (Divulgação)

Após o indiciamento na Operação Quarta Colônia Livre pela Polícia Civil e, posteriormente, exonerado pela prefeitura de Faxinal,  o agora ex-assessor jurídico do município Edson Lorenzoni Junior se manifestou, por meio de nota, na manhã desta terça-feira (21), negando envolvimento com os crimes investigados e afirmou não ter cometido atos ilícitos.


“Diante das recentes declarações e publicações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, venho esclarecer que não fui preso e não pratiquei qualquer ato de obstrução de justiça”, declarou.


Lorenzoni explicou que a conversa citada pela investigação ocorreu dentro do âmbito profissional da advocacia, sem qualquer relação com a operação policial, da qual diz não ter tido conhecimento prévio. O advogado também ressaltou que a prefeitura não foi comunicada oficialmente sobre a realização da operação e que não participou de sua execução, por se tratar de ação sigilosa conduzida, exclusivamente, pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

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E criticou o que classificou como uma “indevida criminalização da advocacia”, destacando que o diálogo técnico com seu cliente foi interpretado de forma equivocada. Lorenzoni, argumentou, que não houve vazamento de informações, conforme teria sido confirmado pelo próprio delegado responsável, já que todos os mandados foram cumpridos com sucesso e todos os alvos presos.


Em outro trecho da nota, o advogado explicou que a arma mencionada na investigação faz parte de um inventário judicial e que sua regularização está determinada por decisão da Justiça. Ele também afirmou que rumores sobre a operação já circulavam na cidade antes de sua deflagração, o que, segundo ele, afasta qualquer hipótese de vazamento de sua parte.


Lorenzoni informou ter acionado a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) para acompanhar o caso e adotar medidas diante da violação das prerrogativas profissionais e da divulgação de informações sigilosas.


Por fim, o advogado destacou que solicitou sua exoneração temporária para se dedicar à elucidação dos fatos e à defesa de sua inocência, reiterando confiança nas instituições e na Justiça.a prefeitura de Faxinal, também por meio de nota, informou, na manhã desta terça-feira, que adotou providências imediatas, incluindo a exoneração do assessor jurídico investigado.


Operação Quarta Colônia Livre


A operação, deflagrada em 21 de agosto, foi resultado de cinco meses de investigação e teve como objetivo desarticular facções criminosas, o tráfico de drogas e ramificações do crime organizado na região da Quarta Colônia. Segundo a Polícia Civil, a ação identificou movimentações superiores a R$ 1 milhão, com 62 pessoas presas. Mais de 300 policiais participaram da ofensiva, que cumpriu mandados em Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Agudo, Nova Palma, Restinga Sêca e São João do Polêsine.


De acordo com o delegado regional Sandro Meinerz, o envolvimento do servidor foi descoberto durante uma das etapas da operação.


- Em uma das nossas ações, notei que houve uma apreensão de drogas muito baixa. A partir disso, começamos a investigar ainda mais e descobrimos que ele atuava também avisando da operação. Ele acabou agindo na obstrução da justiça - afirmou o delegado.



Confira na integra, o que diz o ex-assessor jurídico de Faxinal do Soturno.


Diante das recentes declarações e publicações veiculadas na imprensa e nas redes sociais, venho esclarecer que não fui preso e não pratiquei qualquer ato de obstrução de justiça.

A conversa mantida com meu cliente ocorreu exclusivamente dentro do âmbito profissional da advocacia, sem qualquer relação com a operação conduzida pelas autoridades, que sequer eu tinha conhecimento!

Importante mencionar também que em nenhum momento a Prefeitura Municipal foi oficiada pela Autoridade Policial ou pelo MP para auxiliar na operação. Não havia conhecimento prévio da existência da operação realizada na cidade, fato que pode ser atestado pelo Prefeito Municipal.

A Prefeitura Municipal não atua em apoio a esse tipo de operação, justamente por se tratar de ações sigilosas e de exclusiva condução policial e ministerial, o que reforça que não havia qualquer motivo para se presumir envolvimento institucional, e isso será devidamente comprovado.

A tentativa de transformar um diálogo técnico entre advogado e cliente em elemento de suspeita representa uma indevida criminalização da advocacia e contribui para a banalização do exercício da defesa, que é um dos pilares do Estado Democrático de Direito.

Ressalto que, conforme o próprio delegado declarou à imprensa, todos os mandados foram cumpridos com sucesso e todos os alvos foram presos, o que demonstra, de forma inequívoca, que não houve qualquer vazamento de informações.

Esclareço, ainda, que a arma mencionada não se trata de objeto ilícito, mas sim de bem integrante de inventário judicial, regularmente partilhado a uma cliente mediante decisão judicial que determinou sua regularização perante o órgão competente.

Além disso, é de conhecimento público que já circulavam comentários na cidade sobre a possibilidade de uma operação, o que demonstra que tais rumores não tiveram origem em mim nem em qualquer atuação profissional minha. Esses elementos serão devidamente apresentados no momento processual oportuno, dentro dos meios legais e com o respeito às instituições.

Já acionei a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/RS, que acompanha o caso e tomará as providências cabíveis diante da violação das prerrogativas profissionais e da divulgação indevida de informações sigilosas.

Diante da ampla repercussão e do potencial de dano à imagem da Prefeitura e à minha trajetória profissional, optei por solicitar a exoneração temporária, a fim de dedicar-me à elucidação dos fatos e à prova de minha inocência, certo de que, no tempo devido, a verdade prevalecerá.

Reitero minha confiança na Justiça e nas instituições, e sigo colaborando com total transparência para o esclarecimento dos fatos.


Edson Lorenzoni Junior
Advogado – OAB/RS 110143


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